21 de março de 2011

Quarto nº1 | Intervenção - Antes de começar


Algumas informações sobre um dos quartos do Lisbon Old Town Hostel, cuja criação foi entregue a Daniel Gorjão.

Local
Lisbon Old Town Hostel
Horário performance 11h20

Criação
Daniel Gorjão
Colaboração: João Vicente,
Mirró Pereira e Pedro Costa
Texto Antes de começar de Almada Negreiros


Biografia do criador Daniel Gorjão

Nasceu em 1984, em Minde. Frequentou o ensino secundário na
vertente de Artes Dramáticas, no CEF e o Curso de Formação de Actores
da Universidade Moderna. Fez ainda formação com Rui Baeta (voz),
Francisco Camacho (performance) e Madalena Vitorino (movimento).
Em 2003 ingressa na Companhia do Teatro Politeama, onde é dirigido
por Filipe La Féria em diversos espectáculos: My Fair Lady, Alice
no País das Maravilhas, A canção de Lisboa, O Principezinho, Música
no Coração, Jesus Cristo Superstar, A estrela e West Side Story. No
teatro, foi ainda dirigido por Sandra Faleiro, Helena Azevedo e Maria
João Vicente, no cinema, por Inês Oliveira. Em 2006, trabalha como
performer em GhostVille, para a DelDracoEntertainment, em Itália.
A sua primeira experiência em direcção artística surge em 2007, no
espectáculo ‘Mentiras, malditas histórias!’, com Anne e Kjersti Kaasa,
no CCB, seguindo-se “Pessoa Revisited” com Anne Kaasa, Katrin Kaasa
e Teresa Tavares, com estreia no Cine-Teatro S. Pedro em Alcanena. Em
2010 cria e dirige o espectáculo “ um dia dancei SÓ dancei um dia” no
âmbito do ciclo “Emergentes” TNDMII \ Festival de Almada. Para a RTP2
dirige o elenco da série "República das perguntas" Frequenta o 1º ano
da Licenciatura em Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema.


Sinopse
Antes de começar, o corpo. O corpo do actor, as suas possiblidade e
impossiblidades, o conhecimento de nós próprios através do corpo. A
exploração de cada centímetro de pele e músculo e osso com o objectivo de
nos conhecermos, com o propósito de criar imagens que à distância de dois
olhos nos parecem cruamente humanas ou plasticamente artificiais.
Associar as palavras de Almada Negreiros ao corpo do actor, palavras essas
que nos fazem reflectir sobre o conhecimento de outra pessoa, da novidade, do
ver pela primeira vez, do tornarmo-nos íntimos.

Deixou de existir o objectivo da estreia, de finalizar um caminho. É um
processo continuo, como continuo é o movimento dos corpos. É sempre um
novo espaço como é nova a forma como o habitamos. Nada é fechado, tudo
está em aberto, como "o mar que começa sempre". Perceber, pensar e sentir
a forma como o estado de um corpo influencia a forma como as palavras são
ditas, como chegam a quem as ouve.
Os mesmos seres, a mesma forma de estar, observados pelos olhos de uma
criança que nesses corpos vê o mais frágil dos bonecos, que vistos por outros
olhos é afinal o mais humano dos humanos, na saga de um caminho que nos
leva à intimidade com os outros e com nós mesmos.
É trazer o teatro para dentro do quarto, antes que o dia comece. Um qualquer
quarto. Um espaço que se deixe habitar por dois corpos que procuram sempre
o seu intimo, o seu limite, sendo o seu limite o desequilibro ou a total paralisia
do corpo.
Vamos entrar no quarto, calar o coração por uns minutos e observar as
palavras de Almada.



Sem comentários:

Enviar um comentário